segunda-feira, 29 de junho de 2015

Teias em mim...



" Em suas teias
Perdido e jogado
Me debatendo de maneira
Tão inútil e fútil...

Usando seus saltos negros
Pisa-me e usa-me
Morda lentamente
Cause logo essa morte lenta...

Manipuladora vil
Sem pena traça suas linhas

Puramente ornamentais
Levando ao seu longo sono...


Fera faminta
Com seu vestido chines
Grande caçadora
Implacável amante...


Fêmea tentadora
Com seus lábios vermelhos
Marque-me com seus lábios
Julgue-me digno de seu sabor...


Reclusa em sua toca
Maldita predadora
Olhando para mim
Queimando minhas entranhas...

Teias de luxuria
Lençóis molhados
Respiração ofegante
Chagas no sangue...

Teça meu destino
Amarre-me em sua vida
Use-me a seu bel prazer
Fiadora maldita...

Vermelho rubi
Venha para minha entrega
Vista-se como uma dama
Minha senhora devassa...

Gire a ampulheta de meu tempo
Viúva assassina
Use-me para seu prazer
Prenda-me em suas marcas...


Mostre suas presas e garras
Seu tenebroso monstro
Vilã cartunesca
Revele  suas mascaras, mate...

Dançarina das areias
Mortalmente linda
Sou seu antidoto
Suas salvação...


Parda conhecida
Amaldiçoada em sua existência
Seladora de destinos
Intocável furiosa...


Armadeira tecelã
Envenene seu escravo
Com sua volúpia
Sufoque com seu deleite...

Fio a fio
Preso e laçado

Entregue e devoto
Ao seu dispor ziguezagueadora..." 



Hera...



" Minha Hera 
Deusa suprema
Rainha de todas as deusas
Pavão de luxuria e sedução
Com seus belos olhos
Me encare, observe como Argos
Controle com suas mãos
Esse monstro que me devora
Essa fome que me destrói
Coloque sua coleira em meu Ladon
Beijos seus pés, olhando e desejando...

Imperatriz do olimpo
Devorado voraz
Sagaz mulher
Perfeição em um pecado único
Sinta meus toques
Minha devoção
Esse mero homem a querer os céus
Tocar com a ponta dos dedos o paraíso
Penetra-lo como um pecador sujo
Deleitar dos prazeres da intensidade
Em campo celestial...


Agora perdida em seu ápice
Seu olhar perdido no olimpo
Suas sensações em conflito
Calor e frio, amor e ódio, posse e liberdade

A deusa tão humana
Rubra e ofegante
Suada em suas vestes alinhadas
Beleza ainda mais bela
Simples e tão radiante
O homem a enfrenta, domina, carrega
Força e determinação...

Em minhas mãos a deusa se curva
Seus lábios encontram os pecados
Dos mortais
Sorve o mel da mortalidade
Saboreia a verdadeira fome
Se perde em meus labirintos
Enquanto seus doces e imortais desejos
Se realizam
Fazem ser apenas minha...

Seus olhos vejo a fúria
A necessidade de seu mortal 

Convergência impura
Unidos em pleno êxtase
Mostre sua sede
Mostre sua loucura
Seus gritos
Ore para mim, seu simples homem
Mortal...

Prove de minha maçã
Sinta o tenro gosto
Sabor de mais
Azedo sabor
Agora descanse minha deusa
Ambos satisfeitos
Ambos entregues
Rainha dos deuses
E seu amante mortal... "


domingo, 28 de junho de 2015

Despedaçar...




" Veja como estou hoje
Um fantasma perdido
Alma sem futuro
Sombra de mim...

Um âmbar rompido
Dilacerado
Escurecido sem beleza
Morte triste e solitária...

Caminhando por esses becos
Anjo sem asas
Torto em suma
Pecador inocente, tolo...

Consegue escutar meus gritos ?
Meus olhares chegam até você?
Farei alguma falta ?
Vai se importar em unir os cacos?

Estou quebrado
Pedaços caídos
Jogados e espalhados
Dilacerado fantoche...

Termine seu serviço
Diga suas verdades certeiras
Suas historias belas
Nas quais nunca participo...

Venha me beije
Sinta o gosto amargo
Em meus lábios
Sinta seu próprio veneno...

Diamante lascado
Imundo e inútil
Esse sou eu
Aqui, jogado e morrendo...

Escute meus gritos
Olhe em meus olhos
Sentirei sua falta, agora
Deixe-me tudo despedaçar..."

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Veneno...




" Você é meu veneno
Aquele que consome 
Queima minhas entranhas 
Promove toda essa dor 
Minha angustia 
Essa aflição que me domina...

Cada toque 
Beijo
Arranhado e gemido
Seu veneno me vicia
Atordoa
Enlouquece...

Sinto cada fibra 
Arder 
Cada fio de esperança
Esvair 
Suas presas fincadas 
Em minha luxuria...

Sibilante 
Me enlaça com suas mentiras
Quebra meus ossos 
Minhas vontades 
Sou apenas um usuário 
De seu doce veneno...

Sua pele macia 
Garras avermelhadas 
Curvas e contornos
Cada vez que pinga 
Esse veneno em mim
Esviscerando minhas sanidades...

Maldita víbora 
Cobra esguia 
Réptil que me sufoca
Serpente a me encantar
Presas a gangrenar minha mente
Anaconda viciante...

Veneno meu
Me consuma 
Queime até os ossos
Dor deliciosa, quente, provocante
Angustia 
Amarras que me afligem
Vicio doce e amargo..."

terça-feira, 23 de junho de 2015

Lucidez onírica.



" Olhe ao seu redor, 
Pensas que ninguém te vê? 
Pra quê tanto drama? 
Onde deixaste teus curativos? 
Achas louvável sangrar até cair?
Ninguém quer saber de um falso herói, heróis verdadeiros escondem suas feridas. 
Heróis não querem que ninguém os veja sangrar. 

Guerreiro, não há tempo para dores, a vida continua, parar é ver o futuro morrer. Lute sempre, lute como o guerreiro lendário que és!
Todos sabem de tua força, todos aguardam tua superação, mas não lhe dão a mão para que não logres com eles novamente, para que de tua boca embriagada não saiam calúnias por quererdes permanecer no chão. 

Novamente a mesma cena, embriagado pensas estar à beira da morte.
Um grande guerreiro derrotado por sua embriaguez de amor. 
Tua aparente decadência tem simples solução, porém tua insanidade temporária o cega.

Admiro te quando grande guerreiro, não quando tolo monstro. Ainda que sejam duas faces da mesma moeda, um monstro sóbrio tende a não destruir o que o guerreiro construiu, no entanto a embriaguez faz parecer que não há resultados, que tudo foi pra nada.

Todos te enxergam, apenas cansaram de sofrer por te ver lado monstro destruir lado guerreiro, a embriaguez destruir todas os pilares, civilizações inteiras que te respeitavam rindo de um bêbado de esquina.

Ainda o vemos, guerreiro, apenas não queremos mais sofrer vendo em ti nossa grande fraqueza, destruindo em nossa embriaguez o que construímos em nossa lucidez. 

Ou seria o contrário? 
Lucidez onírica. "

Sally Morryson.

Decadência...



" Vamos admita eles não sabem o quanto se feriu
Eles mal sabem o quanto de dor você suporta
Eles são todos cegos, não vêem seu corpo sangrar
Sua decadência não é fácil, não é mesmo?
Admita: ELES NÃO QUEREM SABER.
Vamos encare a verdade sua dor não é nada para eles
Está ai a sangrar e sangrar e ninguém para olhar
Sua decadência não é fácil, não é mesmo?

Devagar, meu velho amigo, recupere-se
Sua alma esta fria e a esperança já morreu
Você está morto por dentro
Nunca se esqueça de quem é. Nunca se esqueça do que é.
Devagar, meu velho amigo, erga-se...

Outra vez ferido, seu inútil. Ninguém se importa
Dane-se sua dor e angustia
Eles não querem saber de suas novidades antigas
Decadência não é fácil, não é mesmo?
Veja vão te olhar e ignorar
Ninguém vai se importar com sua dor e toda essa angustia
Pare de dizer suas antigas novidades cheias de lagrimas
Decadência não é fácil, não é mesmo?

Vá com calma,  recupere o fôlego
Tão fria é essa alma, sem esperança e tão funda como um lago velho
Você cheira a morte. Um poço de tantas mortes...
Nunca se esqueça de quem é. Nunca deixe de entender O QUE SE É...
Vá com calma, respire lentamente... Deve passar...

Olhe meu monstro, MEU MALDITO MONSTRO
Assusto você agora? Não fuja de mim, antes você admirava tal monstro
Venho escondendo minha dor. Consegue ver ?
Consegue ver como morro todos dias?
Assusto você agora ? Não fuja de mim, antes você o admirava
Não farei nenhum mal a você, somente a mim
Venho escondendo toda minha dor. Consegue ver?
Consegue ver como estou morto há tanto tempo...

Saia desse pântano vai levante-se. Recupere sua mente
Sinto o frio desse seu coração e toda a esperança que um dia já viveu
Apenas cinzas por dentro
Sempre achando que o jogo não está perdido
O lobo Omega uivando para lua, sozinho
Saia desse pântano. Recupere sua mente
Saia desse pântano. Pare de mentir...

Vamos admita eles não sabem o quanto se feriu
Eles mal sabem o quanto de dor você suporta
Eles são todos cegos, não vêem seu corpo sangrar
Sua decadência não é fácil, não é mesmo?
Veja vão te olhar e ignorar
Ninguém vai se importar com sua dor e toda essa angustia
Pare de dizer suas antigas novidades cheias de lagrimas
Decadência não é fácil, não é mesmo?"

Esperança do lobo...




"Sou um lobo velho
      e machucado...

Deixado pela matilha
   há tanto tempo
      que nem mais lembra
         a quem já pertenceu...

Apenas vejo lampejos
   de uma tola "esperança"...

São tantas as feridas
   tantas magoas
      que as cicatrizes
         não se fecham...

Lago profundo
   sem fundo
      sem margem
         sem fim...

Encare nos olhos da fera
Não fuja
Seja sincera
Será que pode amar?

Esse monstro
   já esta muito deformado
      por tudo que passou
         e viveu...

Espero que sua presença
   seja uma balsamo
      possa com sua essência
         alimentar tal monstro faminto...

Para que não sinta mais fome
   mas possa se banquetear
      com tal beleza
         tal luxuria de vida...

O ás que faltava
   a sorte que não vinha
      o sorriso que não é amargo
         o suspiro de saudade boa...

Espero muito que não fuja
Pois não quero perder
O pouco da loucura
   de Pandora que me restou..."

domingo, 21 de junho de 2015

Despertar. . .





" Acordo com seu cheiro
Minha mente consumida
Uma vontade tão perdida
Fome que já não tem mais controle...

Me faça perder
O resto dessa sanidade
Sacie meu desejo de você
Encare esse monstro cheio de fome...

Dance comigo
Rebole e requebre
Me complete
Em nossa simbiose...

Venha me faça perder a realidade
Me resgate dessa loucura
Não permita que me afogue
Em tanta tristeza e luxuria...

Dedilhar seu corpo é tão bom
Lembrar de seu calor
Saber que não estou sozinho
Que não estou preso por regras...

Sabor amargo de nova manha
Sem ninguém
Sem querer
Sem motivo para viver...

Noites com tantos sonhos
Perdas consumidas pelo fogo
Um mar secado, árido como meu sentimento
Desespero em caminhar sozinho nesse mundo...

Sou apenas um tolo que desperta
Sempre sozinho
Sem uma companheira
Sem a tal sonhada parceira...

Ainda sinto seu cheiro nas roupas
Estou perdido são tantas vozes
Minha vontade perdida, libido quase zero
Fome inexistente... Desejo perdido... Morte anunciada..."



quinta-feira, 18 de junho de 2015

Me quebre. . .



" Seus olhos continuam
Perseguir todas as noites
Um pesadelo sem fim
Você e suas promessas vazias...

Seus lábios torturam
Carnudos e quentes
Com suas palavras vazias
Tão fúteis...


Seus atos me quebram
Gentis e atraentes
Isca para os tolos
Sereia a cantar para devorar...

Gestos tão simples
Garras afiadas a me cortar
Dilacera minhas entranhas
Envenenadas de amor...


Contemple minha queda
Seus planos funcionaram
Agora sou cinzas
Sou sangue e ossos quebrados...

Dedos finos e delicados
Tantos carinhos perdidos
Juras e rezas
Tudo em vão...

Pernas tão lindas
Macias que tantas vezes enlaçaram
Agora só servem para

Pisar, humilhar e chutar um pobre coitado...

Suas verdades
Todas tão mentirosas
Desvios e curvas
Minha pior crença, ter fé e acreditar...

Vamos lá
Termine seu serviço
Quebre cada fragmento de esperança
Não deixe restar nada...

Minha ultima aposta perdida
Pandora com todos os males
Finque seu ódio em meu peito
Quebre esse amor, mate-o rápido...

Traga todo o azar do mundo
Quanto mais melhor
Depois veja como eu sou
Um idiota quebrado...


Vamos lá
Não perca a vantagem
Continue, está a ganhar
Me quebre, não deixe nada
   nem esse maldito amor..." 

Fome em solidão...



"Todos dias são assim
Sinto meu coração esfomeado
Meu desejo desenfreado
Meu espírito torturado...

Luxúria sonhada 
Anseio louco de teu cheiro 
Gosto e gozo 
De seu gemido longo, o pedido de mais... 

Falta de sentir o furor 
Todo aquele seu calor
Me enlaçando, apertando 
Eu e você um só... 

Prazer louco que me consome
   solitário 
      sacio
         minha maldita fome 

Insana forma de se sentir
   sozinho 
O q mais quero é você 
Aqui comigo...

Toca-me com desejo
Consume meu fogo
Alimente minha fome
Tenha meu prazer aos pés...

Teça suas teias
Enlace meu ser
Conforme mais fome tenho
Sou um fantoche entregue ao ápice...

Simbiose quebrada
Circulo incompleto 
Chama sem desejo
Caminho sem retorno...

Sensação de vazio
O gemido sem eco
Carinho sem calor
O puro imaginar sem realizar...


Luxuriosa forma de angustia
   apática e sem cor 
Meu único desejo é você 
Aqui comigo... "

terça-feira, 16 de junho de 2015

Amor. . .




" Amor
Palavra tão simples
As vezes doce
E tantas vezes amarga...

Penso como definiria
Algo bom
Algo ruim
Uma dor gostosa de sentir...

Não sei bem como explicar
Se já fui feliz
Ou puramente enganado
Como tantos outros...

Esse bicho estranho
Para mim é algo profundo
Como um lago sem fundo
Um céu estrelado de inverno...

É continuar do lado do parceiro

Mesmo doente
Impossibilitado
Manter a promessa mesmo que inútil...

Não é um grilhão
Ou uma fantasia unilateral
É algo maior
Uma dedicação, entrega devoção...


Já vivi tanto
Já escolhi tão errado
Já tive tantos azares
Que as vezes o cristal parece quebrado demais...

É como quebra uma rocha
Escavar até o centro da terra
Puxar aquele tolo sentimento das entranhas
E rezar para não ser mais uma ilusão...

As vezes é difícil de respirar 

Continuar
Mas deve sempre lembrar
Tudo tem que ser natural, esse tal de amar...

É um passo de fé
Um salto na escuridão
E nem é tão belo não
É confiar que tem algo mais, verdadeiro...

Ainda não sei definir tal coisa
Se é de comer ou beber
Se devo apenas viver ou rasgar
Se lamento ou se apenas sorriu bobo...

A certeza que tenho
É viciante
Uma vertigem completa
Uma chama de esperança sem razão...

Um ultimo respiro
Uma luz que pode iluminar
Colorir toda uma vida
Tão preto e branca...

Sei também que espero amar
Uma parceira do crime
Armas com armas
Até o fim... mesmo se esse fim...
For amanhã..."

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Nada mais . . .


"Olho a merda que sou hoje
No espelho enxergo os fracassos
Esses erros que se amontoam
De que adianta continuar...

Sinto inveja daqueles
Que tem olhares de cruzar salas
Meio sorrisos e pensamentos completos
O suspirar de uma saudade bondosa...

Consigo nada mais que o minimo
Um nome trocado
Ser esquecido
Um mero detalhe a ser descartado...

Uma dança jocosa
Ridícula
Afinal eu não participo
Sou a boneco de pano a ser queimado...

Vamos continuar esse jogo
Eu com esperança de um dia melhor
E você com suas certezas tortas
Sabendo e escrevendo nosso fim...

Sinta meu cansaço
O corpo pesado
As pernas imoveis
Cada vez mais afundado, sem para onde ir...

O que quer de mim ?
Será que o meu máximo não é o suficiente ?
Será que vai ter que perder para perceber ?
Ou apenas serei eu a perceber, que sou simplesmente nada...

Um lixo sem dignidade
Um tolo enamorado a admirar
Uma terra ja morta
Sem vida e sem retorno...

Melhor morrer do que viver
Esse triste fim
Amarga vivencia
Perdido na minha própria frequência...

Doente de sempre perder
De levar indiretas diretas
Ser pisado como um vira lata
E no fim ser uma utilidade passageira...

Ao menos me de bom dia
Se quer usar meus serviços
Tenha educação e ao menos
Me escute, não me faça de idiota...

Espelho maldito
Reflexo de um lixo
Pedaço de nada que sou
Um câncer a ser eliminado...

Dor é uma constante
E em seu egoismo você não nota
Que estou indo sem chance de voltar
Em breve um fantasma...

Uma sombra a olhar
Proteger quem amo
Que não se lembrará de mim
Nada mais que uma figura entre os cantos...


Não sou um pássaro a cantar
Nem o príncipe encantado
Não sou belo e arrumado
Sou um pedaço quebrado de humano


Trinco, até os dentes, só em acordar
Rasgando a pele, e o corpo, todo dia
Enlouqueço, em silencio, buscando respostas
Morro, cada noite, ouvindo as vozes que não se calam...


Meus fracassos me corroem 
Minha dor mata
Meu pensamento trai
Meus olhos só dizem verdades..."