Caminhos...

" Aonde que nos perdemos ?
Quando foi que nos separamos ?
Tem que ser tão difícil?
Me sinto perdido...

Vivemos tantas coisas
Lutamos lado a lado
Vencemos
E perdemos...

Agora nessa estrada
Sou um menino
Sem direção
Apenas seguindo, seguindo...

Não entendo
Devo ser muito cabeça dura
Não devo parar
Mas vou respirar, quase sinto sufocar...

Do que vale eu chorar
Não sou mais criança
Mas doí tanto
Como se perder fosse o pior remédio...

Que dança estranha
Sem meu par
Aquela que escolhi
Meu ápice, minha amada...

Quantas vezes eu enlouqueço
Em minha tormenta
Essa loucura
Por muitas vezes pele marcada...

É um caminho que já trilhei
Sei como é
Sei como me sinto
Mas admito, estou cansado...muito...

Enquanto tiver forças seguirei
Enquanto tiver esperança andarei
Enquanto respirar eu irei
Enquanto... depois só lembre que te amo..."

Teias . . .

" Caio em minhas teias
Reflexos perdidos
Labirinto de pensamentos
Insana vontade...

Fico sozinho
Meus pesares me consumindo
Lágrimas a correr
Numa chuva no dia de Sol...

Dores corroendo
Ossos e músculos
Mente manchada
Viciada em perder...

Nêmesis atroz
Vilão que vejo nesse espelho
Distorcido e distópico...

Minha espiral triste
Seca e tortuosa
Noite fria sem companhia
Emaranhado de devaneios...

Tropeço em minhas teias
Sem sombra, sem rosto
Sou o Minotauro dessa lenda
Louco trancafiado...

Perdido
Amarrado
Isolado
Nessa teia que teci..."

Em suas mãos...

" Noite fria
Sinto suas mãos
Como se estivessem
Aqui...

Lembro de seus toques
De seu calor
Do amor que sentíamos
Luxuria desenfreada...

Agora parece tão tarde
Meus olhos vendados
Suas mãos a me esconder
Somente me proteger...

Sinto falta de seu sorriso
A maneira que espalha
Sua alegria
Me fazia sorrir...

Meus cabelos acariciados
Rosto acalentado
Simbiose
Tão linda...

Seu dedilhar safado
Mãos sempre a buscar
Achar
Minha melhor vontade...

Sinto elas aqui
Encostar em meus ombros
Mostrar a confiança
Amizade...

Onde nossas mãos se separaram ?
Quando nossos caminhos se quebraram?
Aliança desfeita
Noite solitária... 

Sinto falta
Dos tapas de brincadeira 
E daqueles
De puro prazer...

Do cair no desfiladeiro
E ter aquela mão
Sua mão
A me puxar, salvar...

Agora
Nessa noite
Sinto suas mãos
Mas elas não estão aqui... "

Luto . . .

" Ando em círculos
Minha espirais
Doces espirais
Tormenta em mim...

Sou um tolo
Que acredita
Sonha
Existe, ou não...

Meus medos me perseguem
Nêmesis descontrolados
Minha loucuras
Quase reais... 

 Penso em toda minha vida
Tola vida
E vejo que tudo foi efêmero
Um mero detalhe jocoso na realidade...

 Tenho ciúmes
Minha mente é traidora
Prega peças
Enxerga um reino em um pasto morto...

Cada vez mais me sinto sozinho
Perdido
Caído aos pés da insanidade
Ou seria da luxuria?

Quantos amigos achei que eram
Verdadeiros, sinceros, vivos
E no fim todos se foram
No fim todos era de faz de conta...

Escorro para dentro dessa espiral
Meu corpo perde peso
Eu perco a razão
Apenas deixo me levar, lento respirar...

Luto por um pensamento inalcançável
Sonho perdido
Devaneio de menino
Luto por perder, cair, ser quebrado sempre...

Choro em um canto
Sozinho
Longe dos olhares
Que não vão ajudar, apenas criticar...

Será que sou viciado?
Em perder, em errar, em viver
Cansado de sonhar
E no fim... Eu estou errado...
Eu estou a me decepcionar..."

Sozinho...

  "Acordo assim
 Sonho molhado
 Corpo suado
 Cheiro de gozo bem dado
 Meu ser nublado
 Fome de um lobo descontrolado
 Assim oferto
 Dádiva de luxúria e pecado
 Doce salgado
 Escorrido
 Silenciado
 Solitário..."