sexta-feira, 16 de março de 2018

Sangue. . .


" Parabéns
 conseguiu matar

o que restava em mim
esperança, paz, amor...

O que resta agora ?
esse monstro
maldito
vagabundo...

Rasgo minha carne sim
irei enlouquecer
já estou mesmo morto
nada mais importa...

Devo agradecer
afinal morre a parte fraca
humana

patético romântico...

Nem a morte me deseja
afinal estamos em uma dança 

desencontrada 
ou apenas ela não quer me ver...

Continuo nessa existência inútil
completamente pobre
fraca

tênue felicidade...

Vida sem sal
sem sabor
sem nenhum amor
desisto...

Não sinto mais nada
dor, anseio, esperança, intensidade
apenas esse resto
um monstro desforme...

Não possuo mais fome
não possuo mais vida
um vazio
finalmente o nada venceu...

Agora sinto o sangue pingar
porem nada acontece

é como uma maldição
ser o ultimo, definhando...

Não sirvo para nada
nem para ser um brinquedo
sou apenas um maldito
 um pedaço de lixo as moscas...

Agora não importa mais
o espelho quebrou 

como algo dentro de mim
não quero mais, não vou mais...

Sou um monstro
arrastarei os dias
perdi o jogo, sou carta fora do baralho
obrigado por destruir o pouco que existia...

Vazio
frio
reflexo dessa alma
triste, tola, maldita e sem sentido. . ."

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